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Análise de dados reduz incertezas dos negócios

por: Afonso Bazolli
fonte: Valor Econômico
15 de julho de 2014 - 18:07

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Por: Brenda Cronin

As preocupações com o conflito na Crimeia estão crescendo nos Estados Unidos e outros países, juntamente com os temores ligados à desaceleração econômica da China. Mas um outro inimigo do otimismo – a incerteza nos negócios – está seguindo na direção contrária.

Há duas razões para isso. Primeiro, anos de oscilações na política americana estão dando lugar a uma calma relativa. Segundo, as empresas estão se tornando mais ágeis, usando dados em tempo real para monitorar de perto suas operações e ajustá-las rapidamente a um mundo volátil.

No primeiro fronte, um indicador do nervosismo – o Índice de Incerteza Econômica e Política – caiu para níveis não vistos desde os primeiros dias da recessão de 2007 a 2009.

Nos EUA, o índice recuou drasticamente em relação a seu pico histórico, atingido em agosto de 2011, época de um intenso debate sobre o teto da dívida do governo americano. O indicador subiu novamente no fim de 2012, pouco antes de os legisladores fecharem um acordo para evitar um pacote de aumentos de impostos e cortes nos gastos conhecido como abismo fiscal.

Movido por notícias econômicas, estimativas e mudanças no código tributário, o índice experimentou uma sequência de picos e quedas acentuados desde o início da recessão, reflexo de uma fase em que, diante de um cenário político tumultuado, muitos executivos relutavam em investir e contratar.

Mas os acordos recentes sobre o orçamento dos EUA, num momento em que cortes de gastos e paralisações do governo vão ficando para trás, reduziram significativamente o temor de mais surpresas desagradáveis vindas de Washington, apesar da persistência de problemas aleatórios como o conflito na Ucrânia.

“No geral, a incerteza política caiu para níveis normais e isso é um fator importante para ajudar a restabelecer o crescimento nos EUA e na Europa”, diz Nicholas Bloom, economista da Universidade de Stanford e criador do índice de incerteza.

No segundo fronte, a enorme quantidade de dados tem substituído o instinto nas tomadas de decisões em todas as áreas das empresas, das contratações à cadeia de suprimento.

Os dados permitem que as empresas “sincronizem a oferta e a demanda como nunca” haviam feito antes, diz Paul Ballew, diretor de análise de dados da firma de pesquisa Dun & Bradstreet. Décadas atrás, as pesquisas de mercado tinham uma considerável dose de “tentativa e erro”, diz. “Hoje, há muito mais ciência.”

As empresas querem dados – tantos internos ou obtidos por firmas de análise – que permitam uma “estimativa melhor da demanda, melhor habilidade de focar em oportunidades de mercado e melhor habilidade para segmentar os mercados”, diz.

A Anheuser-Busch InBev, controladora da brasileira AmBev, conduziu recentemente uma análise de uma enorme quantidade de dados para demonstrar, pela primeira vez, as táticas de venda dos seus clientes mais bem-sucedidos, entre mais de 40.000 varejistas nos EUA.

O projeto examinou detalhes bastante específicos das vendas de um ano para ajudar a cervejaria a entender como alguns varejistas usavam displays, promoções e outras ferramentas para elevar as vendas. “Hoje, usamos esses dados para desenvolver uma estratégia de vendas”, diz David Almeida, vice-presidente de vendas da Anheuser-Busch em St. Louis, a unidade americana do grupo belga-brasileiro. A empresa contratou um diretor de inteligência de negócios e espera ampliar seu programa de análise de dados de vendas este ano.

A americana Coyote Logistics LLC, que coordena milhares de remessas de mercadorias por caminhões e trens diariamente, usa uma “quantidade imensa de dados privados que nós não tínhamos há cinco anos”, diz Chris Pickett, diretor de estratégia da empresa. Por meio de sua rede, a Coyote monitora os motoristas e a carga que estão transportando. Pickett diz que só precisa de alguns cliques para sobrepor “dados meteorológicos ou outros conjuntos de dados para ver correlações de causa e efeito” nas entregas de água engarrafada e outros produtos.

Previsões meteorológicas mais precisas permitem que a Coyote defina, por exemplo, a melhor rota para cargas sensíveis, como alimentos, no caso de intempéries, ou a necessidade de caminhões com isolamento térmico ou temperatura controlada.

A Coyote também tenta se certificar de que seus caminhões sempre transportem alguma carga, em vez de fazer viagens de volta vazios. Os técnicos da companhia esmiuçam os dados internos, relatórios do setor e do governo sobre produto interno bruto, preços dos combustíveis e índices de tonelagem de caminhões para verificar as tendências do negócio e determinar onde a empresa, que tem cerca de 1.300 funcionários, deve se expandir.

“Para qualquer empresa, as previsões [] serão uma forma vital de reduzir incertezas”, diz Bloom, da Universidade de Stanford. “A melhor forma de fazer isso é ter muita informação [] sobre o seu próprio desempenho e de seus concorrentes.”

Bloom alerta que o dilúvio digital não é uma solução mágica. Ele pode ajudar a compreender o próximo trimestre ou o próximo ano, diz, mas não necessariamente os próximos três anos. “Os parâmetros e modelos estão mudando muito rápido”, diz.

Dados e um ambiente político estável podem reduzir a incerteza no curto prazo, mas solavancos inesperados conseguem derrubar as melhores previsões. O próprio índice criado por Bloom havia vislumbrado um período longo e sereno até a última recessão.

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